Introdução
O antigo testamento
demonstra-nos que o povo de Israel tinha dois tipos de trombetas: a de chifre
do carneiro comum conhecido como “shofar” e as duas trombetas de prata, exclusiva
ao santuário e que só poderiam ser tocadas pelos sacerdotes (Nm 10.8) que eram
feitas de metal fundido.
Essas trombetas
tem alguns significados poderosos que se aplicados no em nossas vidas
espirituais com certeza nos alertará para momentos cruciais em nossas vidas.
1. A trombeta convoca-nos a nos ajuntar a porta
da Tenda (Nm 10.2);
A tenda da congregação nós fala de um
momento da vida de Moisés bastante relevante em seu caráter de amigo íntimo de
Deus ela representa algumas características importantíssimas que nós como
servos do altíssimo precisamos ter vejamos no livro de Êxodo 33:
a) Ela era
armada fora do arraial, isto é distante da contaminação da congregação (Ex.33.7a).
Esta
separação nos indica que precisamos estar distante do pecado, afastados daquilo
que aborrece a Deus se de fato queremos ser íntimos Dele, pois a palavra nos
afirma “sedes Santos como o Senhor é Santo”, assim a tenda nos chama a
santidade.
b) Ela era um
lugar de buscar a presença do Senhor (v.7b)
Sair
para tenda da Congregação é entender que precisamos ter uma vida de buscar
contínua da presença do Senhor, e isto não quer dizer apenas nos momentos de
apertos e dificuldade e sim buscar-lo sem interesses próprios a não ser o do
prazer de estar em sua presença como servo, como amigo.
c)
Tenda fala de
renúncia do conforto
Para chegar a esta
tenda, precisamos sair primeiro da nossa, lugar do aconchego, do conforto, a
tenda da congregação não tinha nenhum mobiliário, que pudesse proporcionar
isso, o conforto que tinha era contemplar a graça de Deus que ali era
derramado. Cristo nos fala Mt. 8.20 “As
raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem
onde reclinar a cabeça”.
d) Era um
lugar do diálogo com Deus (oração)(v.9);
Estar
na tenda é dedicar uma parte do seu tempo para conversar com o pai através da
oração, pois intimidade não é algo que agente ganha e sim que se conquista e
esta conquista só é feita através do diálogo, do contato, do andar junto dia a
dia, deixar de ser conhecido de Deus e se tornar amigo Dele.
e) Ela era um
lugar de adoração (v.10)
Olhar
para tenda nos faz adorar a Deus, nos despertar ao sentimento primário daqueles
que servem ao Senhor, é ir além das palavras que agradam ao pai, que o deixar
feliz, é ser e viver aquilo que o deixar feliz.
E Davi saltava com todas as suas forças
diante do SENHOR; e estava Davi cingido de um éfode de linho.15 Assim
subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do SENHOR, com júbilo, e ao som
das trombetas.
(ISm 6.14-15)
13 E aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam as trombetas, e
cantavam, para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao SENHOR; e levantando
eles a voz com trombetas, címbalos, e outros instrumentos musicais, e louvando
ao SENHOR, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre, então a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do SENHOR;14
E os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da
nuvem; porque a glória do SENHOR encheu a casa de Deus.
(2Cr5.13-14)
Não
podemos esquecer que existe sempre um nível mais profundo da revelação e da
intimidade com Deus, não podemos ser superficiais em nossa busca pelo Senhor,
pois 1Co 2.9 diz: As coisas que o olho não viu,
e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus
preparou para os que o amam. Existe um nível maior da graça de Deus e
você pode buscá-lo hoje.
As situações de
guerra sempre eram comuns em quaisquer povos da antiguidade. Isso não foi
diferente com a nação de Israel. Seus principais inimigos foram os amonitas,
moabitas, edonitas, filisteus, os habitantes de Canaã (heveus, periseus,
jebuseus, etc.), além de muitos outros inimigos com os quais tiveram que
guerrear no decurso da História. Também, como nas situações anteriores, as trombetas
estavam intimamente ligadas às situações bélicas. Vamos ver alguns exemplos nas
Escrituras Sagradas:
a)
Mediante o toque das trombetas, o Senhor se lembraria de seu povo e
sairiam vitoriosos.
"E, quando na vossa terra sairdes a pelejar contra o inimigo,
que vos oprime, também tocareis as trombetas retinindo, e perante o SENHOR
vosso Deus haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos".
Nm 10.9
O presente
mandamento foi transmitido pelo Senhor antes da posse da Terra da Promessa –
Canaã. Para saírem vitoriosos contra seus inimigos ao saírem para as batalhas,
deveriam "retinir" as trombetas diante do Senhor! Assim fazendo, veja
o que nos diz o texto, "...Deus haverá lembrança de vós, e sereis salvos
de vossos inimigos". O toque das trombetas era tido como um momento de
adoração solene diante do Deus Eterno, na preparação para qualquer batalha.
b)
Era instrumento imprescindível nos aparatos de guerra,
"6 E Moisés os mandou à guerra, mil de cada tribo, e com eles
Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, com os vasos do santuário, e com as
trombetas do alarido na sua mão. 7 E pelejaram contra os midianitas, como o
SENHOR ordenara a Moisés; e mataram a todos os homens. 8 Mataram também, além
dos que já haviam sido mortos, os reis dos midianitas: a Evi, e a Requém, e a
Zur, e a Hur, e a Reba, cinco reis dos midianitas; também a Balaão, filho de
Beor, mataram à espada".
Nm 31.6-8
A guerra em
questão era contra os midianitas, originários de cinco famílias descendentes de
Midiã, filho de Abraão com a concubina Quetura (Gn 25.1-4). Um detalhe
interessante é que a mulher de Moisés, Zípora era midianita (Êx 2.15-21). O
principal fato envolvendo os midianitas contra o povo de Deus, foi quando
juntamente com os moabitas, eles alugaram Balaão, falso profeta, para
amaldiçoar Israel (Nm 22 e sess.). Não conseguindo seus intentos, seduziram
Israel à idolatria e imoralidade (Nm 25). Agora o Senhor queria punir os
midianitas através da guerra. Observe que entre os aparatos para a guerra
estavam as trombetas: "o sacerdote, ... com as trombetas do alarido na sua
mão".
c)
Mediante o toque das trombetas, Judá feriu Jeroboão e o exército de
Israel,
"12 E eis que Deus está conosco, à nossa frente, como também os
seus sacerdotes, tocando com as trombetas, para dar alarme contra vós. Ó filhos
de Israel, não pelejeis contra o SENHOR Deus de vossos pais; porque não
prosperareis. 13 Mas Jeroboão armou uma emboscada, para dar sobre eles pela
retaguarda; de maneira que estavam em frente de Judá e a emboscada por detrás
deles. 14 Então Judá olhou, e eis que tinham que pelejar por diante e por
detrás; então clamaram ao SENHOR; e os sacerdotes tocaram as trombetas. 15 E os
homens de Judá gritaram; e sucedeu que, gritando os homens de Judá, Deus feriu
a Jeroboão e a todo o Israel diante de Abias e de Judá. 16 E os filhos de
Israel fugiram de diante de Judá; e Deus os entregou na sua mão. 17 De maneira
que Abias e o seu povo fizeram grande matança entre eles; porque caíram feridos
de Israel quinhentos mil homens escolhidos. 18 E foram humilhados os filhos de
Israel naquele tempo; e os filhos de Judá prevaleceram, porque confiaram no
SENHOR Deus de seus pais".
2 Cr 13.13-18,
O cenário da presente guerra era o seguinte: Jeroboão, rei de
Israel, entrou em peleja contra Abias, rei de Judá. O poder de fogo de Israel
era muito superior ao poder de fogo de Judá, porque, enquanto Judá possuía um
exército de apenas quatrocentos mil homens "escolhidos", Israel
contava com a cifra de oitocentos mil "homens escolhidos, todos guerreiros
valentes" (v. 3). Porém, em virtude da grande maldade de Jeroboão em
ter-se rebelado contra Deus, o Senhor estava a favor de Judá, o que faria a
diferença! Note que na frente de batalha deveriam estar nada mais, nada menos,
que os sacerdotes "... tocando com as trombetas, para dar alarme..."
(v. 12), contra os filhos de Israel. Este procedimento acontece no v. 14:
"...então clamaram ao SENHOR; e os sacerdotes tocaram as trombetas".
A vitória estaria garantida! O Senhor "...feriu a Jeroboão e a todo o
Israel diante de Abias e de Judá" (v. 15).
d)
Seu toque
correto, indicava preparação para a batalha
"Porque, se a trombeta der sonido
incerto, quem se preparará para a batalha?"
1Co 14.8
Nesta passagem das Escrituras, Paulo
demonstra seu conhecimento do valor do toque correto das trombetas na
preparação de uma batalha. Este toque era um toque especial, conhecido de todos
os soldados, mas acima de tudo tratava-se de um toque de Deus, uma convocação
santa, em que o nome do Deus de Poder estava em evidência.
Podemos dizer
que havia esta atenção toda especial ao toque das trombetas, quando qualquer
situação de guerra estava desenhada. Um exemplo claro deste tipo de
comportamento, podemos ver nos dias de Neemias, quando o povo de Deus
trabalhava na reconstrução dos muros da cidade, sob forte pressão de seus
inimigos,
"15 E sucedeu que, ouvindo os nossos inimigos que já o
sabíamos, e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro,
cada um à sua obra. 16 E sucedeu que, desde aquele dia, metade dos meus servos
trabalhava na obra, e metade deles tinha as lanças, os escudos, os arcos e as
couraças; e os líderes estavam por detrás de toda a casa de Judá. 17 Os que
edificavam o muro, os que traziam as cargas e os que carregavam, cada um com
uma das mãos fazia a obra e na outra tinha as armas. 18 E os edificadores cada
um trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam; e o que tocava a
trombeta estava junto comigo".
Ne 4.15-18
É sugestiva a expressão: "...e o que tocava a trombeta estava junto comigo",
v. 18.
Não restam
dúvidas sobre o fato de que as trombetas se constituíam num aparato, num
instrumento mais do que necessário nas batalhas do povo de Deus. Um fato digno
de nota é que os encarregados de tocá-las, eram os sacerdotes e não os soldados
comuns, ou graduados do exército! Sabemos que a classe sacerdotal representava
a presença de Deus no meio de seu povo, uma vez que eles eram os responsáveis
por interceder pelos filhos de Israel diante do Todo-Poderoso. Isto justifica o
argumento da presença imprescindível delas nas batalhas do povo do Senhor. Não
podemos deixar de afirmar que hoje também há uma grande batalha travada contra
o povo de Deus! Paulo, falando aos efésios disse:
"Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas,
sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das
trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais",
Ef 6.12.
Nossa luta não
é contra o homem, mas contra os demônios, que muitas vezes usam as pessoas com
o objetivo de nos atingir. Se quisermos estar preparados para esta batalha no
reino espiritual, precisamos tomar "...toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia
mau e, havendo feito tudo, ficar firmes", v. 13.
Se as trombetas
de Deus não ressoar em nosso favor, certamente perecemos!
(1Co 15.52)
a)
Ensino de
Cristo,
"30
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória. 31 E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os
quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra
extremidade dos céus".
Mt 24.30-31
No texto em referência, podemos
observar a preocupação de Cristo em orientar seus seguidores em relação a um
fato importante: Seu retorno sobre a terra! É o que nos sugere a frase:
"Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem". Já a frase:
"...os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à
outra extremidade dos céus", nos dá a entender que o Senhor não está
falando de um ajuntamento simplesmente terreno, mas Ele tinha em mente a
consolidação de sua Igreja na eternidade, nos céus. Em outras palavras, Ele
fala aqui de um evento esperado por todos os cristãos, ou seja o arrebatamento
da Igreja.
b) Ensino de Paulo:
"51
Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos
seremos transformados; 52 Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a
última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados".
1Co 15.51-52
Observe como o
apóstolo descreve o que acontecerá por ocasião do arrebatamento. Nos é claro no
texto dois pontos importantes:
I. Ele nos fala da transformação
daqueles crentes que estarão vivos naquele dia "...nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados...". Acreditamos que receberemos
um corpo transformado que terá as mesmas características do corpo de Cristo
ressurreto;
II. Ele nos afirma que aqueles que
morreram em Cristo, "...ressuscitarão incorruptíveis...", o que nos dá a ideia de que o
poder criador de Deus entrará em ação para trazer de volta
"fisicamente" (também num corpo glorificado, evidentemente), aqueles
que partiram deste mundo morrendo na fé em Cristo como filhos de Deus. Detalhe
importante nos é revelado por Paulo quanto à natureza do corpo glorificado em
versículos anteriores:
"42 Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o
corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. 43 Semeia-se em ignomínia,
ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. 44
Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há
também corpo espiritual. 45 Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão,
foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante. 46 Mas não é
primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual. 47 O primeiro
homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. 48 Qual o
terreno, tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os
celestiais. 49 E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos
também a imagem do celestial. 50 E agora digo isto, irmãos: que a carne e o
sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a
incorrupção",
1Co 15.42-50
"15
Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos
para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. 16 Porque o mesmo
Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de
Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 17 Depois nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 18 Portanto,
consolai-vos uns aos outros com estas palavras".
1Ts 4.15-18
Novamente, temos a mesma conotação do
texto da carta aos Coríntios, porém Paulo acrescenta um detalhe interessante,
que tem a ver com a ordem sequencial das coisas. Notando a frase "...não
precederemos os que dormem...", chegamos à conclusão de que primeiramente
Deus provocará a ressurreição daqueles que "dormem", ou seja, os
"que morreram em Cristo", e na sequência dos acontecimentos, os vivos
em Cristo também passarão pela transformação ao receberem um novo corpo, com
características espirituais. É também importante observarmos a sequência que
vem a seguir: Nos revela a Palavra de Deus que tantos os
"ressurretos", como também os "transformados", subirão
juntos ao encontro glorioso com o Senhor nas nuvens e depois nos acrescenta a Palavra
que "...assim estaremos sempre com o Senhor". É neste momento
histórico que a restauração do homem caído através do pecado de Adão, será
consumada!
A Igreja de Cristo que hoje caminha
sobre a terra precisa estar atenta e preparada, aguardando o momento em que o
Senhor se manifestar nos ares, para nos arrebatar. Cristo deseja levar para si
mesmo uma "...igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível",
Ef 5.27.
Quando Paulo escreve aos
Tessalonicenses, nos lembra do fato de que precisamos nos manter santificados
debaixo do cuidado de Deus: "E
o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e
corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo", 1Ts 5.23.
A palavra "irrepreensível",
vem do termo grego "amemptwv" (amemptos), que significa
"irrepreensivelmente, de tal forma que não existe razão para
censura". É deste modo que devemos esperar o toque das trombetas de Deus
anunciando a chegada do Senhor!
Conclusão
Como bem sabemos o nosso
objetivo não é esgotar o assunto bíblico sobre as trombetas, mas observar a
relevância do simbolismo delas para nossa batalha espiritual que enfrentamos
diariamente, afim de compreender que hoje não usamos deste artefato como o povo
de Israel no Antigo testamento, pois ele foi substituído pela presença do Espírito
Santo que nos move adoração,que nos protege nas batalhas e garante nossa
vitória e nos prepara para encontramos com Cristo.
Por isso deixa o som do Espírito
de Deus ecoar em seu coração reconhecendo Cristo como seu Senhor e salvador,
pois é através dele que podemos vivenciar a melhor experiência que possamos
ter, a experiência da salvação através da Cruz.
Deus os abençoe e para aumentar mais o conhecimento podem visitar
o site. http://www.ibvir.com.br/sermoes_a/tocando_as_trombetas.htm
onde o Senhor José Antônio Corrêa fornecerá mais detalhes fiquem na
paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário